Blog do Comando Unificado de Greve, destinado à divulgação de informações relativas às greves de técnicos-administrativos em educação, docentes e estudantes na Universidade Federal de Santa Catarina
segunda-feira, 27 de julho de 2015
Reunião ampliada - avaliação de conjuntura
Na quinta-feira, 23/07, o Comando Unificado de Greve – UFSC promoveu a primeira reunião ampliada para avaliação de conjuntura. Contando com participantes TAEs e docentes, foram dados informes locais e nacionais, e passou-se para as avaliações.
Foram debatidas as situações das greves nacionais dos docentes e dos TAEs; as táticas utilizadas pelo Governo para não avançar em diversos pontos de pauta; os cortes anunciados e como eles afetarão os serviços da UFSC; a postura da Reitoria na audiência pública ocorrida em 09/07/15 e nas greves dos últimos 3 anos; terceirização na Universidade; a situação do HU devido à intervenção da Reitoria na questão da jornada de trabalho; estratégias promovidas internamente na UFSC para criminalizar o movimento grevista (assédios, contra-informação, política do medo, taes e docentes que cobrem o trabalho dos grevistas, individualização dos problemas); entre outras avaliações.
Foram propostas atividades a serem desenvolvidas nas próximas semanas pelo Comando Unificado de Greve – UFSC, que voltarão a ser discutidas de forma mais aprofundada.
Uma nova reunião ampliada de avaliação está marcada para esta quarta-feira, dia 29/07.
sexta-feira, 24 de julho de 2015
DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA: essa dívida NÃO é nossa!
Ocorreu ontem uma roda de
conversa promovida pelo Comando Unificado de Greve – UFSC sobre a dívida
pública brasileira e a necessidade urgente de realizar sua auditoria. O colega
TAE Luiz Artur Oliveira organizou e apresentou o conteúdo aos presentes. O tema
foi dividido em 5 tópicos, resumidos aqui da seguinte maneira:
1) PARADOXO BRASILEIRO: o Brasil possui o 2º maior aquífero,
capaz de abastecer a população brasileira por muitos anos; é o 6º maior
detentor de reservas de petróleo; possui minérios de ferro em abundância... Como
pode um país com tantas riquezas ter uma distribuição de renda tão perversa, e
ocupar posições muito baixas em rankings
como crescimento econômico, direitos humanos e educação?
2) HISTÓRICO DA DÍVIDA: os primeiros montantes contraídos
pelo país foram no período de independência, quando negociou um empréstimo de 2
milhões de libras esterlinas com a Inglaterra, a título de indenização a Portugal. A partir da década
de 60, os montantes da dívida passaram a tomar proporções alarmantes, com os
militares elevando a dívida de 3 bilhões para 100 bilhões de dólares ao final da ditadura.
Observa-se no quadro abaixo (elaborado pelo palestrante), a evolução da dívida
(externa e interna) em relação a períodos e governantes, e o quanto foi pago
durante os três últimos governos:
GOVERNO
|
PERÍODO
|
PAGOU (R$)
|
EXTERNA
(US$)
|
INTERNA
(R$)
|
Ditadura
militar
|
100
bilhões
|
|||
José
Sarney
|
120
bilhões
|
|||
Collor/Itamar
|
150
bilhões
|
100
bilhões
|
||
FHC
|
2,09
trilhões
|
230
bilhões
|
900
bilhões
|
|
Lula
|
4,79
trilhões
|
290
bilhões
|
2,3
trilhões
|
|
Dilma
|
2,18
trilhões
|
485
bilhões
|
3
trilhões
|
|
TOTAL PAGO
|
9,06 TRILHÕES
|
Observando o
quadro, percebe-se que, somente nos últimos 20 anos, o Brasil já pagou mais de 9,06
trilhões de reais de uma dívida aparentemente bem menor que esse valor. Fica a pergunta: como é possível pagar tanto e a
dívida só aumentar?
3) SISTEMA DA DÍVIDA: as dívidas dos países seguem,
basicamente, o mesmo esquema de constituição e manutenção: a) contratação de
dívida sem contrapartida para a sociedade, ou aplicação em projetos
desnecessários, como a construção de estádios para a Copa do Mundo; b) dívida
gerada da dívida: juros abusivos, juros sobre juros, taxas e comissões
abusivas; c) refinanciamentos que absorvem dívidas privadas (“salvamento de
bancos”), dívidas que prescreveriam e são renegociadas d) utilização do
endividamento como coerção a países endividados, obrigando-os à implementação
de reformas neoliberais. Amparada em aparatos legais, o sistema da dívida
garante que o país cumpra as determinações do sistema financeiro, entre elas a
aplicação de carga tributária elevada, congelamento de salário de servidores
públicos, o contingenciamento de gastos sociais, e, principalmente, a não
auditoria da dívida.
4)
FISCALIZAÇÃO/AUDITORIA: TCU, CGU, Ministério Público e
o Legislativo.
5)
EXPERIÊNCIAS DE AUDITORIA NO MUNDO:
a)
Equador, 2008: constatou que todo o montante da dívida
era ilegal, mas conseguiu eliminar 70% do valor a ser pago.
b)
Argentina (desde 2001): entre o que foi considerada
“dívida legal”, quitou o débito com 97% dos credores. Os outros 3% não
aceitaram a decisão de receber o valor corrigido pelos trabalhos de auditoria,
e entraram na justiça norte-americana. Ainda estão em processo de negociação.
c)
Grécia: atualmente em processo de auditoria.
Ao final das discussões, foram
apontados dados da dívida pública brasileira, que hoje conta com um valor
aproximado de 335 bilhões apenas referente a juros, e já houve uma tentativa de
auditoria em meados de 2009. O Banco Central se recusou a fornecer informações
sobre os credores e contratos, entre outras, levando a equipe a conseguir
apontar somente estimativas quanto à dívida: no mínimo, 50% do crescimento da
dívida nos últimos anos é ilegal, e mais de 90% dela é oriunda de juros sobre
juros. Estas informações foram retiradas de uma entrevista fornecida pela
auditora federal aposentada, Maria Lucia Fattorelli, que, atualmente, participa
de auditorias de dívidas públicas ao redor do mundo, e é uma das fundadoras da Associação
“Auditoria Cidadã da Dívida”.
O site da “Auditoria Cidadã da
Dívida” e a entrevista fornecida à Carta Capital podem ser encontradas nos
seguintes endereços:
Assembleia dos TAEs - 22/07/2015
Nesta última quarta-feira ocorreu
assembleia dos TAEs em greve na UFSC. Quanto à proposta do Governo Federal
(21,x% de reposição, parcelados em 4 vezes + R$ 85,00 de aumento no
vale-alimentação + reajuste de 22,8% no auxílio saúde e 317,3% no auxílio creche),
foram feitas avaliações, levando a categoria à reprovação desta proposta.
Também se discutiu a respeito das
solicitações que a Reitoria da UFSC vem fazendo aos TAEs para o agendamento de
uma reunião, para discutir “assuntos de nosso interesse”. Deliberou-se que a
Reitoria especifique quais seriam esses assuntos (postos de maneira vaga em
Ofício) para que, então, os TAEs possam decidir sobre sua participação.
Ao final, aprovou-se o envio de
uma caravana à Brasília, que fortalecerá os atos em âmbito nacional, e foram
eleitos os novos delegados que atuarão junto ao Comando Nacional de Greve.
terça-feira, 21 de julho de 2015
Carta aberta do Comando Unificado de Greve
Nós, do Comando
Unificado de Greve de Professores, TAEs e estudantes da UFSC (CUG-UFSC),
queremos nos apresentar como mais um sujeito com o objetivo de criar meios de
diálogo entre as diferentes categorias e segmentos que compõem nossa Universidade
a respeito da greve que estamos construindo. Nesse entendimento, enviamos essa
comunicação especial para a comunidade universitária, para gerar reflexões que
contribuam com o fortalecimento e a unificação das lutas dos servidores e
estudantes em nossa Universidade.
Estar em greve é
um direito de todos os trabalhadores. A greve tem por objetivo acumular forças
para forçar o governo a negociar com as categorias do serviço público, e é
sempre a última saída quando o Governo se recusa a negociar em termos
apropriados. Como ela é um instrumento de pressão, necessariamente, a greve deve
ocasionar anormalidade nas relações de trabalho e prejuízo para o empregador.
Sendo
assim, consideramos que é muito importante que todos aqueles, que por várias
razões ainda não tenham podido suspender suas atividades, embora estejam
imbuídas de um sentido ético de busca de soluções para o atendimento das
demandas que lhe chegam, que não sejam realizadas as tarefas de um colega
grevista, garantindo, assim, seu direito de greve.
Para
além desse pedido, reiteramos que as atuais greves se dão, também, contra os
cortes que já vêm sendo realizados no orçamento da Educação, que atingem
diretamente a UFSC. Inclusive, cobra-se da Reitoria atitudes de enfrentamento
destas políticas e total transparência no planejamento institucional para esta
situação.
Oferecemos
apoio para que todos, incluindo aqueles que ocupam cargos de direção ou
chefias, e que desejam participar do movimento paredista, também possam
suspender suas atividades, aumentando a pressão sobre o Governo e auxiliando a
greve a resolver-se o mais rapidamente possível nas mesas de negociações.
Certos
de sua colaboração, agradecemos desde já pela atenção e nos colocamos
inteiramente à disposição para esclarecimentos e auxílios que se façam
necessários.
COMANDO
UNIFICADO DE GREVE – UFSC
Contatos:
comandounificadoufsc@gmail.com
comandounificadoufsc.blogspot.com
Facebook:
Comando de Greve Unificado - UFSC
segunda-feira, 20 de julho de 2015
Pós-Graduação na UFSC em cenário de escassez de recursos
Dia 15/07 ocorreu uma reunião entre os Pró-Reitores de Pós-Graduação e os Coordenadores de Pós-Graduação da UFSC. Foram apresentados os recursos previstos inicialmente pela Capes, os ajustes aplicados no mês de julho, e o que já foi utilizado por Programa de Pós. Dos 43 Programas listados, 14 já não dispõem de recursos para o segundo semestre.
Os Pró-Reitores afirmaram que estão fazendo o possível, via FOPROP (Fórum de Pró-Reitores de Pós-Graduação e Pesquisa), para pressionar o Governo e garantir o atendimento das demandas da UFSC no âmbito da pós-graduação. Também declararam estarem tomando medidas que visem amortecer os impactos dos cortes.
Ao final, os coordenadores presentes questionaram a posição da Administração Central com relação à situação, solicitaram transparência dos cortes no orçamento da UFSC e no da CAPES, e discutiram as dificuldades que serão enfrentadas a partir da escassez de recursos.
Comando Unificado de Greve visita o CFH
Nesta segunda-feira, o Comando Unificado visitou o Centro de Filosofia e Ciências Humanas, no intuito de conversar com os docentes e TAEs sobre a greve. Durante a visita, foram colados cartazes com dizeres sobre a unificação das lutas docentes e TAEs de nossa Universidade, e defendendo a publicidade sobre os cortes de verbas do nosso orçamento. Nesse início da tarde, a colagem se concentrou no CFH. Nos próximos dias, haverá visitas em outros Centros de Ensino.
terça-feira, 14 de julho de 2015
Pós-graduações da UFSC terão corte de 75% nas verbas para custeio em 2015
Os programas de pós-graduação da UFSC terão uma redução de 75% no valor previsto para despesas com atividades como participação em congressos, apresentação de trabalhos, tradução de artigos e financiamento de bolsas de doutorado no exterior em 2015. O corte no Programa de Apoio à Pós-Graduação (Proap) é reflexo do aperto que o Ministério da Educação (MEC) vem enfrentando após o orçamento anual da pasta ser reduzido em R$ 9,4 bilhões.
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segunda-feira, 13 de julho de 2015
POR QUE UM COMANDO UNIFICADO DE GREVE - UFSC?
O Comando Unificado de
Greve - UFSC (CUG/UFSC) foi constituído a partir da necessidade indicada,
inicialmente, pelos docentes e pelos TAEs em greve de juntar forças para
defender a Universidade Pública. Compreendendo a difícil conjuntura que está
colocada para os trabalhadores em que se aponta a tendência colocada pelos
empresários e governos para a privatização da Universidade. Nesse sentido,
entendemos que nossas lutas convergem, contra os cortes no orçamento da
educação e em defesa da Universidade pública, laica, gratuita e de qualidade
socialmente referenciada.
O CUG - UFSC é
constituído por representantes dos TAEs, docentes e estudantes em greve, de
forma paritária, e responderá às assembleias das respectivas
categorias/segmentos. E tem por objetivo coordenar politicamente, em
âmbito regional, a greve dos servidores e estudantes da Universidade Federal de
Santa Catarina, cabendo a ele: programar e organizar atos conjuntos
visando o fortalecimento das greves vigentes; garantir ações que visem
dirimir, nos diversos setores da universidade, situações conflituosas em
virtude da greve; aprimorar e comunicar as atividades e questões relativas
às atividades unificadas de greves na UFSC.
sexta-feira, 10 de julho de 2015
Audiência Pública com a Reitora
Ocorreu ontem (09/07) uma audiência pública com a Reitora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e outros representantes, para tratar das questões orçamentárias da Universidade e a permanência estudantil.
Após ter se recusado a conversar com estudantes, técnicos-administrativos em educação (TAEs) e docentes nos dias que antecederam esta audiência, e suspender sua presença na audiência pública convocada por estudantes para o dia 01 de julho, a Reitora, finalmente, compareceu para ouvir as demandas dos segmentos.
Compuseram a mesa a Reitora, a Pró-Reitora de Assuntos Estudantis (PRAE), um representante do Conselho de Entidade de Base (CEB) e uma representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE). Logo no início, foram apresentadas diversas planilhas e quadros sobre o orçamento, obras inacabadas, contratação de terceirizados, entre outras.
Terminada a apresentação da Reitoria, fizeram falas os representantes do Comando Local de Greve Docente e do Comando Unificado de Greve. O Comando Unificado levou à audiência duas reivindicações: 1) um posicionamento por escrito da Reitoria, exigindo que o MEC recomponha o orçamento para a educação pública; 2) que a Reitora publique um documento com os critérios aplicados pela administração central para realizar os cortes, e em que eles já foram realizados. E que esses documentos fossem publicados até o dia 13 de julho.
Foram, então, abertos dois blocos de perguntas, em que os presentes puderam fazer suas considerações e apresentar suas demandas. A Reitora respondeu aos dois blocos de forma vaga, justificando seu apoio à candidatura da presidente Dilma, dizendo que vem buscando todas as negociações possíveis com o Governo Federal para garantir as demandas da UFSC, e que também atua junto à Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES), para que esta pressione o Governo. Contudo, não foi especificado como atenderia às demandas ali postas pelos presentes no que tange à permanência dos estudantes carentes, as condições de trabalho dos Docentes e TAEs, e a transparência de critérios em que serão e que já estão sendo aplicados os cortes orçamentários na UFSC.
A audiência foi encerrada sem encaminhamentos, e sem nenhum comprometimento da reitoria com as reivindicações levadas pelo Comando Unificado.
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